sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tempo árido


"Eu deveria ter uma péssima impressão da vida se não fosse a paixão que tenho pela arte de viver" - Valéria Fagundes


Desculpem, mas cansada demais para qualquer coisa. São aqueles tempos em que tudo parece ofegante. Aqueles tempos em que as palavras certeiras se tornam oblíquas e o vocabulário imenso fica pequeno diante da crueza do que se sente. Definitivamente, o mundo é maior que tudo...
Pode sentir?

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A palavra com C

Para além da subjetividade,reside ela
Perversa e ferina, é a cigana oblíqua
Corrói por dentro, destrói e incita
Acende a faísca, que a todo instante
faz do pensamento refém inconstante

Por que me toca e não me fala?
Me faz entender! Qual a palavra?
Finge Amor e reverbera Asco
Me deixe em paz, ó menina perversa!
Meu vocabulário inteiro não lhe basta!
Falsa e imprecisa, seja tu maldita
ó, CURIOSIDADE! 
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a pedido dele  =]

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A hora da entrega (ou A palavra com R)

Quero misturar a cada instante de amor
As formas vulgares de tua languidez nua
Crua, minha alma censura teus gestos
Abocanham meu gozo, silenciam meus protestos

Mas no fervor da culpa,
eis que seu beijo sepulcra
todo o medo da entrega
e me faz viver, pura e casta novamente

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O insuportável sabor de tinta de escrever


Para encerrar a fase de postagens intimistas, da descoberta da alma feminina, reproduzo a morte de uma das personagens mais complexas, fascinantes e femininas da literatura universal. Com peculiar maestria, Flaubert soube, como poucos, expressar os sentimentos, dos mais nobres aos mais vulgares, que percorrem a alma de uma mulher.
É um tanto lúgubre, confesso.
Ler as linhas seguintes é uma experiência de quase morte. Morrer deve ser alguma coisa bem próxima a isso...
Com vocês, o suicídio de Madame Emma Bovary!
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A chave girou na fechadura e Emma foi direto à terceira prateleira, tal a justeza com que a memória a guiava, pegou no frasco azul, destapou-o, enfiou a mão dentro dele, tirou um punhado de pó branco e pôs-se imediatamente a comê-lo.
-Pare! - exclamou o rapaz, lançando-se a ela.
-Cala-te. Pode vir alguém.
O rapaz estava desorientado, queria gritar.
- Não diga nada, que tudo recairá sobre teu patrão!
Depois, voltou-se, subitamente tranquila e quase que com a serenidade de um dever cumprido.
[...]

Um sabor amargo que lhe veio à boca despertou-a. Entreviu Charles e fechou de novo os olhos.
Emma analisava-se curiosamente, para ver se sofria ou não. Mas não! Por enquanto, nada! Ouvia o bater do pêndulo, o crepitar do fogo e a respiração de Charles, que se conservava em pé, à cabeceira.
"Que coisa insignificante é a morte!", pensava ela
. "Vou adormecer de novo e tudo acabará!"
Bebeu um gole de água e voltou-se para a parede.O insuportável sabor de tinta de escrever continuava.
-Tenho sede!...Tenho muita sede!...-suspirou ela.
-Que tens tu afinal? - disse Charles, dando-lhe um copo.
-Não é nada...Abre a janela...estou sufocada!

[...]

Às oito horas, reapareceram os vômitos.
Charles observou que no fundo da bacia ficava uma espécie de areia branca agarrada à porcelana.

[...]

Então, delicadamente, e acariciando-a, passou-lhe a mão pelo estômago. Emma soltou um grito agudo. Charles recuou assustado.
Depois Emma começou a gemer, a princípio muito fracamente. Sacudiam-lhe os ombros grandes arrepios e tornou-se mais branca que o lençol em que cravava as unhas. O pulso irregular era agora quase insensível.
Tinha orvalhado de gotas de suor o rosto azulado, que parecia como que coalhado pela exalação de um vapor metálico. Batia os dentes, os olhos dilatados relanceavam-se vagamente em torno e só respondia a todas as perguntas com acenos de cabeça; chegou mesmo a sorrir por duas ou três vezes. Pouco a pouco, seus gemidos foram-se tornando mais fortes. Soltou um uivo surdo; dizia que estava melhor e que daí a pouco se levantaria. Mas as convulsões recomeçaram; e exclamou:
-Ah! é horrível, meu Deus!

[...]

Emma sonhava haver terminado com todas as traições, baixezas e inúmeras ansiedades que a torturavam. Já não odiava ninguém: uma confusão de crepúsculo empanava-lhe o pensamento e, de todos os ruídos da terra, não ouvia senão o intermitente lamento do seu pobre coração, meigo e indistinto, como o último eco de uma sinfonia longínqua.

[...]

Emma não tardou a vomitar sangue. Os lábios apertaram-se-lhe mais. Tinha os membros crispados, o corpo coberto de manchas escuras, o pulso resvalava sob os dedos como uma linha tensa, como uma corda de harpa prestes a quebrar-se.
Depois, começou a gritar horrivelmente. Amaldiçoava o veneno, invectivava-o, pedia-lhe que se apressasse e repelia com os braços inteiriçados tudo o que Charles, mais agonizante que ela, queria obrigá-la a tomar.

[...]

O padre ergueu-se para pegar o crucifixo; então ela estendeu o pescoço, como quem tem sede, e, colando os lábios ao corpo do Homem-Deus, depôs nele, com toda a sua força expirante, o maior beijo de amor que jamais dera. Depois o padre recitou o Misereatur e o Indulgentiam, molhou o polegar direito no óleo e começou a unção; primeiro sobre os olhos, que tanto tinham cobiçado todas as suntuosidades mundanas; depois dobre as narinas, gulosas de brisas tépidas e de perfumes amorosos;depois sobre a boca, que tanto se abrira para a mentira, que tanto gemera de orgulho e gritara de luxúria; depois sobre as mãos, que se deleitavam com os contatos suaves, e, finalmente, na planta dos pés, outrora tão velozes quando corriam a saciar os desejos e que agora nunca mais tornariam a caminhar.

[...]


Com efeito, Emma relanceava os olhos em torno, lentamente, como quem desperta de um sonho; depois, com voz nítida, pediu o espelho e esteve inclinada para ele algum tempo, até que dos olhos se desprenderam duas grossas lágrimas. Em seguida, soltou um profundo suspiro e deixou cair a cabeça no travesseiro.
No mesmo instante, começou-lhe o peito a ofegar rapidamente. A língua saiu-lhe toda fora da boca; os olhos, num movimento contínuo, amorteciam-se como dois globos de lâmpadas que se apagam; e até a julgariam já morta, se não fosse a medonha aceleração do arfar das costelas sacudidas por uma respiração furiosa, como se a alma estivesse aos pulos para se desprender.

[...]

Seguiu-se uma convulsão, que a fez de novo deitar-se. Todos se aproximaram. Emma não existia mais.


sexta-feira, 14 de maio de 2010

Quando anuncias a hora da partida



Era óbvio. Ele nunca a amaria. Gostava dela um bocado, é verdade. Podia sentir quando ele a beijava. Via seus olhos se revirarem de prazer. A boca cálida quase queimava quando os lábios tocavam o pescoço. Ela permanecia inerte. Era ele quem mandava. Amava-o tanto que não se importava. Mandava no seu corpo, nos seus sentimentos, nos seus pensamentos. Até sua alma pertencia à ele.

Mas é na hora da partida que o sentimento puro aflora e se revela para além das palavras.
É o momento em que o coração perde o compasso, o pulmão implora ofegante, os olhos umedecidos se fecham em derrota, a alma transtornada emudece e se apaga. E o corpo, imóvel, quase desfalece impotente.

Depois da partida, tudo vira silêncio...

Era sempre ele quem anunciava a partida, quem lembrava que era tarde. Era óbvio que seria ele quem a deixaria.

Mas esse era seu papel de homem. Ele era mais forte, mais cruel e egoísta. Ele era o homem e não amava. Ela era a mulher. Apenas uma mulher... Frágil e tosca, refém de si mesma. De forte, só o sentimento.

Quando se viu abandonada, apertou a mão com toda a força. Não era muita, mas se esforçou ao máximo, até sentir as unhas cravarem na pele macia da palma da mão. Parou quando sentiu o sangue escorrer. Queria ter a certeza de que o coração ainda batia...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Lágrimas e íons de ferro

Foto das rugas do meu pai


Naquela noite a lua era cheia e estava já bem alta. Uma brisa fresca soprava mansamente, aliviando o calor sufocante.

O dia tinha sido semelhante – para evitar a rispidez do igual – a todos os outros. Pelo menos, a todos os outros dos quais se lembrava com alguma nitidez e que podiam ser classificados como recentes.

A natural nostalgia do passado, somada com a morosidade da vida atual, fazia as lembranças tornarem-se ainda mais doloridas e a angústia uma constante.

A infância e a adolescência passaram com naturalidade. O que não significa que tenham sido menos intensas. Foram naturalmente prazerosas, ingênuas e, até certo ponto, inconseqüentes; mas a vida cria todas as condições para que assim sejam.

“Vontade de largar tudo. Largar tudo e sair correndo.”. Podia imaginar-se com nitidez atravessando a porta, descendo os degraus até o jardim, passaria correndo por entre as árvores, abriria o portão, que rangeria por conta dos anos e dos íons de ferro. Deixaria tudo para trás: jardim, árvores, portão e íons de ferro. A visão era tão nítida que podia quase sentir os pés descalços. Não. Não teria tempo sequer de calçar-se, pisando nos pedregulhos do jardim. E finalmente alcançaria a rua. Todos parariam observando a estranha figura, mas não se importaria e continuaria correndo. A partir daí não ambicionava mais nada. Talvez porque não fosse audaciosa ou corajosa o suficiente para sequer imaginar-se em fuga, quem dirá executá-la.

Era vítima da própria imaginação e o presente tosco podava-lhe as possibilidades, as pretensões, o destino. E os sentimentos iam confundindo-se, fundido-se, até se tornarem um frágil cordão de pequenas emoções previsíveis, que não queria dizer mais nada.

Nesse ponto a idéia da fuga já havia se tornado absolutamente impraticável, absurda. “Até a rua. Vejam só! Até a rua!”. Era só até onde sua imaginação podia chegar. Sentiu uma gota de suor escorrer pela nuca. O cabelo sempre preso, como ele gostava, aliviava o calor.

O portão rangeu. Passos pesados por causa das botinas subiram os degraus. Foi esperá-lo no alto da escada. Tentou abrir um sorriso – não com os lábios, mas com os olhos. Esperou o beijo. Ele passou rápido, apenas olhou de relance. Ainda pode ouvi-lo trancar-se no banheiro. Era óbvio que seu dia não tinha sido bom. E não era culpa dela. Não podia ser. Era culpa daquele calor infernal, que sufocava qualquer cristão. Nem pode notar a lágrima que se formava, começando a embaçar sua vista.

Mas não se abalou. Preferiu pensar na lágrima como o suor que brota dos olhos quando o calor alcança a alma.


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(Historinha meia-boca pensada para a frase do post anterior)

quarta-feira, 21 de abril de 2010

pensamento de agora

E nesses dias tão absurdos,

em que o Sol parece ainda mais quente,

decido pensar na lágrima como o suor que brota dos olhos quando o calor alcança a alma.

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para encaixar em uma história que ainda vou escrever.

domingo, 18 de abril de 2010

Os ossos do ofício


Sua profissão era coveiro. Seu destino era cavar.

Nasceu do grito do parto, do seio chupou o leite. Sentiu o gosto amargo. Cuspiu, berrou e implorou ao ver aberta a chaga do mundo.

Aprendeu a realidade, decorou o nome das coisas, amou e sofreu pra tentar entender o quão difícil era nascer.

Sua profissão era coveiro. Seu destino era cavar.

Cada buraco que abria era, para ele, um novo parto. Uma nova vida. Bem abaixo de seus pés, a terra lúgubre implorava pelo orgânico que ainda fervia em cada corpo frio.

Um dia percebeu a morte. Sempre tão próxima e acolhedora. A vida era difícil. Tirava da morte o seu sustento.

Abriu um buraco no canto mais lindo. Ali, bem perto. Onde a terra é mais fértil. Cavou tanto e com vontade, que o cabo da enxada abriu-lhe dois furos na mão.

Entregou-se ao buraco escuro. Fechou os olhos pesados e riu a alegria infinita de ter o corpo descansado. Repousou as mãos sobre o peito. Agora sim. Não sentia mais a vida.

E assim ficou deitado, esperando jazer eternamente. Sem benção e sem lápide , no reinado que era seu.

Sua profissão era coveiro. Seu destino era cavar.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pensamento de ônibus. De ônibus...

Desenho por Helena Maziviero, a menina de 12 anos hoje, em auto-retrato



Na eternidade
eu queria ter
Tantos anos-luz
quanto fosse precisar
Para cruzar o túnel

Do tempo do seu olhar

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O chapéu com fita


Hoje fiz uma limpeza nos meus arquivos.

E encontrei um texto que comecei a escrever quando tinha 12 anos. Era pra ser um monólogo e lembro de tê-lo abandonado por achar que ficou muito ruim.

Acho engraçado pensar que hoje me sinto incapaz de escrever algo parecido e vou postá-lo para provar que quanto mais a gente cresce, menos exploramos nossas capacidades. Como se a criatividade, livre de pretensões, desse lugar a maturidade, que se envaidece em dizer que tem a experiência de um mundo caduco.

Está na íntegra...com todos os errinhos de português inclusive. Espero terminá-lo um dia...


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UM PRAZER MALICIOSO


Um prazer malicioso é o que eles sentem...
Um prazer malicioso que me faz sentir vergonha de olha-los, de encarar, de falar. Sequer cruzar com eles na rua...
Eu deveria andar totalmente coberta ou totalmente nua, para que nada fosse suspeitado, nada fosse ousado ou imaginado.
Mas é essa sem-vergonhice que me destrói, essa sensualidade desvairada, promiscuidade barata.
Meu tempo não é esse. Meu mundo não é esse.
Tenho asco quando percebo que estou sendo olhada. Não. Olhada, não. Reparada. Reparam em mim. Eu sei que reparam. Em todos os meus momentos, digamos, “públicos”.
Outro dia, subindo apressada da loja de tecidos para minha casa, encontrei uma amiga, dessas meio atiradas que todos conhecem, que não tem vergonha, ou pudor de estar sempre em evidência. E que vez ou outra enlouquecem... Cumprimentei-a rapidamente, mais com um gesto de cabeça do que com palavras definitivas e bem definidas. Mas fui obrigada a parar quando uma outra moça, que estava em sua companhia e que eu nunca havia sequer cumprimentado, fez-me um aceno bem expansivo, exclamando em seguida: “ Você é Madalena, não?”. “Sim. Sou. Por quê?”. “Sei por alto...”
E não só sabia por alto, mas ditou-me com perfeição detalhes não exatamente confidenciais, mas que diziam respeito a informações um tanto particulares, como o numero exato de minha casa avarandada, já tradição de família. Da minha família. Horários em que costumo sair para as compras. E até elogiou, com certa prudência, às vezes em que eu usava chapéus com laço.
Perdoem-me pelo que lhes vou confessar. Gostaria que nada fosse dito, mas estou dizendo. Não sei se para mim ou para o mundo todo. Mas são palavras que eu simplesmente não sei até onde chegarão...
Gostei do que ouvi. Gostei de saber ou, pelo menos, ter a impressão de que existo não só por minha própria dependência, mas que existo para um mundo. Tudo bem, tudo bem. Um mundo que nem sempre percebo. Mas que, de alguma forma, me percebe. E que gosta quando uso chapéu com laço! Gosto muito de chapéus com laço.
Isso reconforta. É uma pena que seja reconfortante apenas até onde não é invasivo ou demasiadamente comprometedor. Mas assim, a longa distância, visto de longe como um lindo chapéu de laço numa vitrine, é bem bonito. É fascinante. Mas, antes de tudo, para que fique claro. Reconfortante.

Não acho certo. Discordo plenamente das ocasiões demasiadamente públicas. São infernais e grotescas. O bonde...odeio o bonde.Tal quantidade de gente e ternos e vestidos que sufocam minha coerência. Entramos como se não estivéssemos indo para lugar algum, sentamo-nos como se não tivéssemos outra opção e finalmente aguardamos como se não pudéssemos fazer mais nada, além de esperar. Esperar...
Então tomamos aquela doce e cretina fisionomia da total ausência de expressões. Alguma coisa como, a cara que teria se as emoções não existissem.
E assim me comportaria até o final do trajeto se o homem de bengala e terno surrado não olhasse.
Ele olhava. Tenho a certeza. Ah! Que nojo! Não posso acreditar. Ele olhava para meus seios. Tinha os olhos calmos. Não eram vidrados. Olhavam de relance. Depois fingiam analisar a paisagem e, então, num simples relance, alçado pelo movimento rápido da cabeça, fitavam os meus seios! Os meus! Meus seios!
O mundo tem impressões. São muitas. A gente adquire uma e a toma por real. Ou, pelo menos, como nossa. E então, quando surge alguém com outra impressão, temos medo de que ela seja maior do que a outra e que nos faça refletir sobre quais são as verdadeiras ou as mais coerentes. Porque eu sei que nenhuma delas é verdadeira ou coerente. E que só existe um mundo. O mais direto e exato possível. Seria tão simples. Meu Deus! Tão simples. Se eu pudesse perceber as coisas tal como são. O mundo, cruamente. E então não existiria o feio ou o belo, a razão e a emoção, a verdade e a mentira; e todas essas contrariedades inventadas pelas impressões do homem. E um chapéu com laço seria apenas um chapéu com laço. Igual a qualquer um. E aquela moça não me repararia e não acharia que eu fico bem com um maldito chapéu com laço!

Se o mundo tivesse um cheiro, seria aquele artificial, de Tutti-fruti. Não tem? Cheiro de tutti-fruti?
E as lâmpadas sempre iriam estar acesas. Mas bem fracas. Os recintos sempre requerem um pouco mais de luminosidade.
Mas desde cedo aprende-se a aceitar as pessoas tal como são, para que elas também possam nos aceitar e vivermos em harmonia.
E gosto muito das pessoas. Não a ponto de compartilhar de suas impressões, logicamente. Mas até aonde é reconfortante. Até onde sei que reparam que fico bem de chapéu com laço. Só até aí! Mais do que isso...torna-se perigoso.
Sempre achei que cada um vive em um mundo a parte. E os que enlouquecem, é porque não souberam ou não se satisfizeram em viver no seu próprio mundo. Mas o homem não nasceu para isso.