domingo, 13 de janeiro de 2013

Poema para (por; escrito no lugar de) Deleuze


Foto: Helena Maziviero

Escrevo para o cachorro que late incansavelmente durante a noite e perturba os vizinhos.
Escrevo para os vizinhos, que se reviram na cama soltando grunhidos de insatisfação.
Escrevo para quem não lê, para quem não crê, para quem chora e pra quem sofre.
Escrevo para os idiotas e para as mentes tortas; para o medo, para a angústia e para o desejo. Emudecidos.
Escrevo para mim - que me perdi - e para você, que me deixou.
Escrevo para tudo o que não existe e ofega, me implora.
Escrevo para a lágrima que brota dos olhos e inunda o coração, que bate.
Escrevo porque penso e porque posso. Escrevo no limite da linguagem. Quando quero e sem querer.
"Escrever é devir."

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