E nesses dias tão absurdos,
em que o Sol parece ainda mais quente,
decido pensar na lágrima como o suor que brota dos olhos quando o calor alcança a alma.
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para encaixar em uma história que ainda vou escrever.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
Os ossos do ofício
Sua profissão era coveiro. Seu destino era cavar.
Nasceu do grito do parto, do seio chupou o leite. Sentiu o gosto amargo. Cuspiu, berrou e implorou ao ver aberta a chaga do mundo.
Aprendeu a realidade, decorou o nome das coisas, amou e sofreu pra tentar entender o quão difícil era nascer.
Sua profissão era coveiro. Seu destino era cavar.
Cada buraco que abria era, para ele, um novo parto. Uma nova vida. Bem abaixo de seus pés, a terra lúgubre implorava pelo orgânico que ainda fervia em cada corpo frio.
Um dia percebeu a morte. Sempre tão próxima e acolhedora. A vida era difícil. Tirava da morte o seu sustento.
Abriu um buraco no canto mais lindo. Ali, bem perto. Onde a terra é mais fértil. Cavou tanto e com vontade, que o cabo da enxada abriu-lhe dois furos na mão.
Entregou-se ao buraco escuro. Fechou os olhos pesados e riu a alegria infinita de ter o corpo descansado. Repousou as mãos sobre o peito. Agora sim. Não sentia mais a vida.
E assim ficou deitado, esperando jazer eternamente. Sem benção e sem lápide , no reinado que era seu.
Sua profissão era coveiro. Seu destino era cavar.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
Pensamento de ônibus. De ônibus...
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